“Hoje estamos mais ricos porque passamos a ter em exposição permanente duas peças importantes para nossa história e nossa cultura”, manifestou o Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Guilherme Pinto, no passado dia 4 de Junho, no final da assinatura de dois protocolos que permitem a integração no acervo municipal da cascata de José António Moreira e de um piano que pertenceu a Óscar da Silva.
A cascata gigante, construída ao longo de 80 anos e doada por José António Moreira, o mais velho cascateiro de Leça da Palmeira, apresenta pormenores, monumentos, tradições e episódios históricos daquela freguesia.
As cascatas têm origem numa tradição antiquíssima onde se mistura sagrado e o profano, numa manifestação com um grande significado cultural.
A tradição das cascatas de Matosinhos e Leça da Palmeira tem vindo a ser acarinhada pela Câmara Municipal de Matosinhos que, entre outras iniciativas, promoveu há já alguns anos a edição de um livro da autoria de Hélder Pacheco que lhes foi dedicado: “Matosinhos. A Memória das Cascatas”.
Recorde-se que a cascata de José António Moreira está em exposição na Casa do Bosque, do Museu Quinta de Santiago, há quase um ano e apresenta peças algumas das quais centenárias, que estarão em exposição por mais quatro anos.
“Este acto tem um efeito de valor de crescimento muito grande na realidade da cultura em Matosinhos. A cascata leceira é um produto da nossa memória que acaba por simbolizar uma tradição que já não existe. Trata-se da recriação dos tempos dos nossos avós e nossos pais”, disse o Dr. Guilherme Pinto.
O segundo protocolo firmado entre a Autarquia e o Eng. Rocha dos Santos prevê a doação de um piano que se encontra em exposição no Museu da Quinta de Santiago, mais concretamente na sala de convívio masculino, onde decorriam as soirées.
Apesar de não ser o piano original da Casa dos Santiago, está intimamente ligado a Leça e a uma figura de Leça da Palmeira, expoente máximo da música: Óscar da Silva.
O músico adquiriu este piano na Alemanha para uma Família de Leça da Palmeira, que, entretanto, o levou para Lisboa, regressando agora à freguesia onde está, de resto, sepultado.
“Em relação ao piano, podemos a partir de agora recriar o ambiente do que foi esta casa e de como se vivia antes. As pessoas gostam de revisitar o passado”, sintetizou o Presidente da Autarquia, que se fez acompanhar na cerimónia pelo Vereador da Cultura, Fernando Rocha.