A Elegante Melancolia do Crepúsculo, que interpela (e transpõe) as fronteiras entre o teatro e o cinema, baseia-se no tríptico Luzes da cidade, O grande ditador e Luzes da ribalta, de Charles Chaplin: três marcos da História do cinema, que constituem três exemplos máximos do seu génio e nos quais o célebre realizador fala da vida, do amor, da sobrevivência e da solidariedade. Calvero, o derradeiro personagem de Chaplin procura, como o Fausto de Goethe, a juventude perdida através da memória musical.
Neste projecto com dramaturgia de Roberto Merino, centro-me na relação entre estas duas áreas de criação; teatro/cinema, com o objectivo de despertar no espectador duas percepções da ação: a imediata vista pelo público no momento em que a ação decorre e a vista em projeção. Os atores contracenam com a tela, entrando e saindo da mesma, em presença corporal e virtual por esta forma multimédia, é como se o dispositivo cénico estivesse dentro do olhar de uma câmara. Também a música está presente em todo o espectáculo, à semelhança do cinema mudo, o piano narra a ação como se de um segundo texto se tratasse. Na criação dos curtos filmes que acrescem ao texto escrito, participam enquanto figuração especial funcionários e colaboradores do Cine Teatro Constantino Nery e do Departamento da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos oferecendo a este projecto um sentimento genuíno de partilha.
Encenação Luísa Pinto Dramaturgia Roberto Merino Direção Musical Bernardo Soares Interpretação Isabel Carvalho, João Costa e Emerson Caperbat Músico Bernardo Soares Conceito e Dramatização Vídeo Luísa Pinto Cenografia Graça Diogo Figurinos Elisabete Pinto Desenho e Operação de Luz Bruno Santos Vídeo, Imagem Promocional, Grafismo e Operação Miguel Santiago Miranda CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA M/12 DURAÇÃO 1h20m (aprox.)