04.10.11
Vencedora da edição anterior, Marta Pedro, falou da obra de Frank Lloyd Wright no Japão.

Todos os anos, a Câmara Municipal de Matosinhos e a Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos prestam homenagem ao arquitecto Fernando Távora, figura maior da escola de arquitectos do Porto.
O Prémio Fernando Távora, que já vai na sua sétima edição, destina-se a perpetuar a memória do arquitecto, valorizando a importante contribuição da viagem e do contacto directo com outras realidades, na formação da cultura do arquitecto.
O galardão, anual, consiste na atribuição de uma bolsa de viagem, no valor de seis mil euros, destinada a todos os arquitectos inscritos na Ordem dos Arquitectos, para a melhor proposta de viagem de investigação, a seleccionar por um júri nomeado todos os anos para o efeito.
A próxima edição terá como júri o historiador José Mattoso, os arquitectos Walter Rossa, Ricardo Vieira de Melo (nomeado pela Casa da Arquitectura) e Nuno Grande (em representação da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos) e, ainda, o engenheiro António Ferrão, por indicação da família do Arquitecto Fernando Távora.
A data limite da entrega das candidaturas é a primeira segunda-feira de Fevereiro, enquanto o anúncio do vencedor está agendado para a primeira segunda-feira de Abril.
O lançamento de mais uma edição do Prémio Fernando Távora coincidiu, como habitualmente, com o Dia Mundial da Arquitectura (primeira segunda-feira do mês de Outubro).
Assim, as comemorações da efeméride iniciaram-se ontem, dia 3 de Outubro, numa cerimónia que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, prolongando-se até ao final do mês de Outubro, com a realização de conferências, sessões de cinema e exposições.
Em representação da Câmara Municipal de Matosinhos esteve o Vereador da Cultura, Fernando Rocha, que saudou a família de Fernando Távora, os vencedores de todas as edições e os parceiros deste projecto, sublinhando que o galardão “é uma homenagem ao nome maior da arquitectura portuguesa, o arquitecto que deu origem à Escola do Porto”.
“Com esta iniciativa procuramos permitir aos premiados que façam a sua viagem de sonho, divulgando a arquitectura e trazendo-nos a sua visão. É sempre muito importante celebrar o Dia da Arquitectura e Matosinhos, pelo seu grande património, não podia ficar indiferente”, acrescentou Fernando Rocha.
Como vem sendo habitual, a vencedora da edição anterior apresenta a sua proposta no Dia Mundial da Arquitectura. Marta Pedro venceu, em 2010, a sexta edição do Prémio Fernando Távora por decisão unânime do júri, do qual faziam parte, entre outros, o cineasta Manoel de Oliveira, António Magalhães Basto, em representação da família de Fernando Távora, e a arquitecta Margarida Vagos Gomes, da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitecto.
Marta Pedro (Coimbra, 1980) é arquitecta pelo Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra. A prova final da sua licenciatura levou-a a fazer investigação em Tóquio, cidade onde vive e trabalha desde 2005.
Na capital japonesa, colaborou com os ateliers Toyo Ito & Associates, em Portugal tem o seu nome ligado ao projecto do pavilhão para o Jardim de Santa Cruz, para Coimbra, em colaboração com Cecil Balmond.
O tema da proposta da arquitecta Marta Pedro ao Prémio Távora foi “A Song to Heaven ou o Japão Sublime em Frank Lloyd Wright: da viagem de 1905 ao Legado na Arquitectura Moderna Japonesa”. A viagem desenvolveu-se em três momentos: “Japão seminal. Arquitectura tradicional japonesa revisitada”, “A obra de Wright no Japão. Edifícios construídos e lugares de projecto”, e por fim, “A perpetuação do espírito de Wright: legado e construção da arquitectura moderna japonesa”.
Segundo Marta Pedro, “a noção de arquitectura de Frank Lloyd Wrigth era apropriada a cada espaço”. “A estética e a espiritualidade do Japão foram muito gabadas pelo arquitecto norte-americano que durante o período em que viveu em Tóquio desenhou 12 edifícios”, referiu. Marta Pedro salientou ainda que o arquitecto norte-americano alertou os japoneses para a importância e bom uso dos próprios materiais. “A sua obra no Japão tem um misto de tradição e de modernidade”, sintetizou a arquitecta.
Também ontem, a Ordem dos Arquitectos lançou o Prémio Ocupação Temporária de Génese Legal, destinado a estudantes finalistas de escolas portuguesas de arquitectura.

Conteúdo atualizado em4 de outubro de 2011às 09:48
