Câmara apresenta novos projetos para apoiar as famílias em situação de vulnerabilidade económica.
O aumento dos pedidos de ajuda das famílias face às dificuldades económicas esteve hoje, dia 7 de fevereiro, em discussão no 27º plenário do Conselho Local de Ação Social (CLAS), que reuniu no Salão Nobre dos Paços do Concelho uma centena de representantes de várias entidades, entre escolas, instituições de solidariedade social, juntas de freguesia, Centro de Emprego e Segurança Social.
O aumento do desemprego juvenil, a crescente necessidade do apoio em géneros alimentares, roupa e produtos de higiene pessoal, as dificuldades dos agregados familiares em pagar as contas da luz, água e gás, as prestações da casa e do carro, e os medicamentos, foram as principais preocupações manifestadas pelas instituições que compõem o CLAS.
O Presidente da Câmara Municipal confessou estar “muito preocupado com a situação social que estamos a viver em Matosinhos”. “Estamos ligeiramente melhor que o resto do país mas Matosinhos não foge às dificuldades. Temos uma resposta eficaz porque trabalhamos em rede e temos mais condições para responder com eficácia aos problemas que surgem”, adiantou.
O Dr. Guilherme Pinto anunciou a intenção “de chegar à classe média” que, “por causa de uma alteração brusca na sua vida, como a perda de emprego de um dos membros do agregado familiar, vive com muita dificuldade e não nos procura por vergonha”. “Temos que detetar essas situações, começando pelas escolas. Estejam atentos”, alertou.
O autarca defendeu ainda uma política de sustentabilidade: “Sou a favor do Estado Social, mas não do Estado Pai Natal, que dá tudo a toda a gente. O Estado deve ajudar quem efetivamente quem precisa e durante o tempo que realmente precisa. A solidariedade social não pode ser uma coisa miserabilista, mas também não pode ser uma coisa faustosa”.
Apesar das dificuldades que o país atravessa, o Dr. Guilherme Pinto deixou, no entanto, uma mensagem de otimismo, reforçando a necessidade do trabalho em rede e da sustentabilidade de valências sociais, para evitar o desperdício de meios e recursos.
“Em Janeiro, tivemos uma taxa de desemprego recorde. Mas não podemos baixar os braços. Neste momento, temos em curso no Concelho meio milhão de euros de investimento económico e social que irão trazer mais emprego”, acrescentou.
Aos parceiros do CLAS, o Vice-presidente da Autarquia e responsável pelo pelouro da Ação Social, Dr. Nuno Oliveira, apresentou as propostas de novas respostas sociais criadas a partir das necessidades identificadas no Concelho, através da parceria, como o banco de ajudas técnicas, o Banco Municipal de Bens ou a Farmácia Solidária.
O banco de ajudas técnicas consiste no registo de todas as ajudas técnicas- cadeiras de rodas, camas articuladas, canadianas, etc.- existentes no Concelho e que estão disponíveis para cedência a pessoas em situação de vulnerabilidade económica.
O Banco Municipal de Bens funciona com um interface entre pessoas e organizações, privadas ou públicas, que pretendem doar bens que já não lhe são uteis a instituições de solidariedade e pessoas carenciadas que deles necessitem.
A Farmácia Solidária disponibiliza medicamentos com descontos apelativos aos munícipes que se encontrem em situação de vulnerabilidade económica.
Estas propostas pretendem responder a um alargado leque de problemas e a uma diversidade de pessoas, chegando a casos que, até aqui, estavam fora do circuito de apoio social.
O 27 º Plenário do CLAS aprovou também o Plano de Ação para 2013, que congrega as ações do Núcleo Executivo e das Comissões Sociais de Freguesia, no sentido de responder às necessidades identificadas no Concelho de Matosinhos.
Dividido em seis eixos de intervenção, o Plano de Ação para 2013 prevê a realização de 214 ações nas áreas da Educação, Formação e Inserção Laboral; Condições de Vida e Cidadania; Inovação, Qualificação de Equipamentos e Respostas Sociais; Riscos e Perigos; Igualdade de Género; Participação, Trabalho em Rede e Produção de Conhecimento.
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