
Matosinhos homenageou Guilherme Pinto
A Câmara Municipal de Matosinhos assinalou hoje o 43.º aniversário da revolução de 25 de Abril de 1974 com as já tradicionais cerimónias de hastear das bandeiras diante dos Paços do Concelho e de imposição de condecorações. Perante a presença de toda a vereação e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, foram homenageados, desta vez, o centenário Orfeão de Matosinhos, o presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, Emílio Brogueira Dias, e o ortopedista da seleção nacional de futebol, José Carlos Noronha, agraciados com a Medalha de Mérito Dourada da autarquia. O momento mais alto e emocionado do dia coincidiu com a atribuição da Medalha de Honra Grau Ouro (a título póstumo) e o título de cidadão honorário a Guilherme Pinto, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos até ao dia da sua morte, a 8 de janeiro último.
A memória de Guilherme Pinto esteve, de resto, presente em todos os discursos, tendo o ministro Augusto Santos Silva salientado a dimensão profissional, associativa, política, autárquica e europeia do ex-presidente. De igual modo, a presidente da Assembleia Municipal, Palmira Macedo, recordou os anos de trabalho e a amizade com Guilherme Pinto, referindo que “prestar homenagem a Guilherme Pinto neste dia e agradecer-lhe por ter procurado transformar e modernizar Matosinhos é a forma mais justa de reconhecer a obra e o trabalho de um homem que fez dos valores da democracia e da cidadania um modo de vida”.
Tanto Palmira Macedo como o ministro dos Negócios Estrangeiros salientaram ainda a importância do poder local democrático na profunda transformação e modernização do país nos últimos 43 anos, tendo Augusto Santos Silva realçado também o papel pioneiro de Matosinhos em domínios como a política social de habitação, a cultura, a captação de investimento e a ação social.
O discurso de encerramento ficou a cargo do presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Eduardo Pinheiro, que agradeceu a luta daqueles que transformaram Portugal num país democrático e o papel dos homenageados no “avanço da comunidade a que pertencemos”. “Homenageamos hoje também, e não podíamos deixar de o fazer, o cidadão Guilherme Manuel Lopes Pinto, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos até ao passado dia 7 de janeiro. Fazemo-lo, porém, a contragosto: não porque ele mereça menos esta honraria do que qualquer um dos presidentes de câmara que o precederam e que já aqui foram objeto de homenagem semelhante, mas porque o normal seria que ele ainda aqui estivesse connosco, falando-vos neste momento e dando mostras, outra vez, do seu modo tão único e entusiasmado de olhar para as coisas de Matosinhos e do país. Perdemo-lo, porém, demasiado cedo, demasiado jovem, e é talvez por isso que ainda não nos abandonou completamente a perplexidade e o choque que a sua perda causou”, disse.
Eduardo Pinheiro recordou ainda o envolvimento de Guilherme Pinto da modernização do concelho de Matosinhos, em áreas tão distintas como a Educação e a Ação Social, a Cultura e o Urbanismo, a Proteção Civil e o Ambiente, o dinamismo económico e a Mobilidade, e também o seu envolvimento com a prática da cidadania. O presidente da Câmara recordou, a propósito, que o seu antecessor se inquietava “com o avanço na Europa e no Mundo de uma nuvem negra de extremismo, xenofobia, intolerância, estupidez e ódio”, considerando que “a ameaça mesquinha dos extremismos, da xenofobia, das intolerâncias, da estupidez e do ódio é hoje uma ameaça real aos princípios cívicos de progresso, de humanismo e de civilização que têm norteado a Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e que apenas plenamente chegaram a Portugal com a revolução de Abril”
“Quando celebramos a vitória dos cravos sobre a sombra, da liberdade sobre os muros e o obscurantismo, e quando mostramos gratidão àqueles que laboram do lado mais luminoso da vida, não estamos só a cumprir a obrigação de uma efeméride – estamos, isso sim, a afirmar que queremos estar do lado dos cravos e do lado da luz, do lado do progresso e do lado da liberdade”, disse Eduardo Pinheiro, concluindo que “hoje, mais do que nunca, celebrar abril tem de significar um compromisso real com a construção de uma comunidade tolerante, pacífica, aberta, instruída e disposta a tomar nas mãos o rumo do seu destino”. “Celebrar abril tem de ser isto: sermos capazes de aprender a vida em cada uma das nossas mortes”, disse.
Destaque ainda para o momento de homenagem da Orquestra Jazz de Matosinhos a Guilherme Pinto com Pedro Guedes no piano e José Luís Rego no saxofone.
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