07 e 08 Dez '11
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2011-12-07 00:00:00
2011-12-08 00:00:00
Europe/Lisbon
Festa da Poesia
Biblioteca Municipal Florbela Espanca
Local:
Biblioteca Municipal Florbela Espanca
Arquivo
Concretiza-se este ano a 7ª edição da Festa da Poesia, que todos os anos se comemora por alturas do dia 8 de Dezembro, dia do nascimento e morte de Florbela Espanca, patrona da Biblioteca Municipal de Matosinhos.
Desde 2005 que a Câmara Municipal de Matosinhos, através da sua biblioteca, rende homenagem a esta autora, à sua poesia e à poesia em geral, através de várias actividades como encontros com poetas, lançamentos de livros, concertos de música, diversas exposições, performances de poesia, entre outras actividades que contribuem para levar a poesia ao maior número de pessoas possível.
Efectivamente, as seis edições da Festa da Poesia revelaram-se uma aposta totalmente ganha, pois marcaram indelevelmente o panorama cultural da região por esta altura do ano.
A comprovar esta realidade está a forte adesão por parte de um público intergeracional e bastante heterogéneo, confirmando, o propósito permanente da Câmara Municipal de Matosinhos em garantir a promoção do livro e da leitura, da poesia, língua portuguesa e das artes a estas associadas, em cumprimento do seu desígnio de difusão do conhecimento e da Cultura, enquanto valores universais.
A Festa da Poesia registou nas suas antecessoras a presença de nomes maiores do panorama cultural português e estrangeiro. Nomes estes que contribuíram para que cerca de 1000 pessoas passassem por dia pela biblioteca municipal Florbela Espanca, durante o evento. Um número assinalável para este tipo de equipamento cultural.
Iniciado o percurso em 2005, esta festa abriu com nomes como Manuel António Pina, Ana Luisa Amaral e Sérgio Godinho (num memorável concerto no Salão Nobre da câmara Municipal de Matosinhos). A poesia teve ainda como intérpretes Camila Valle Miranda e Claude Guerre. A partir daí nunca mais a fasquia desceu.
Nas edições seguintes a poesia revelou-nos toda a sua plasticidade. A poesia árabe declamada por Abdelilah Suisse e a galega Marilar Aleixandre numa homenagem aos grandes autores galegos, começaram a dar-lhe forma. A poesia africana em língua portuguesa também esteve em destaque com Luis Carlos Patraquim, Conceição Lima e Ondjaki transmitindo ao público o papel das vivências e das paisagens da poesia africana.
Os jovens poetas Filipa Leal, Quintais, Rui Cóias, Ricardo Nunes e José Rui Teixeira deram voz à poesia, reflectindo as novas correntes e sobre o seu acolhimento junto do público jovem.
As actrizes Natália Luiza e Leonor Seixas, e os actores Rui de Carvalho e Victor de Sousa declamaram os grandes poetas portugueses. Manuel Freire, acompanhado da sua guitarra, cantou-os.
Houve sempre lugar para uma perspectiva musical da poesia. Com base em 12 poemas de Florbela Espanca, foram criadas e registadas num álbum composições inéditas de Sérgio Azevedo, Carlos Azevedo, António Chagas Rosa, Eurico Carrapatoso, João Pedro Oliveira, Fernando Lapa, Fernando Bessa Valente, Jorge Prendas, Carlos Marecos, António Sousa Dias, António Pinho Vargas e Alexandre Delgado, doze dos principais compositores da actualidade.
J.P. Simões conversou e cantou, numa sessão em que a palavra e a guitarra foram almas gémeas. Jorge Palma e Ana Moura, actuaram em grandes concertos no, sempre lotado, Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos. No mesmo Salão, o italiano Marianno Deidda interpretou Fernando Pessoa no ano em que se assinalou o 120º aniversário do seu nascimento, confirmando-se serem inúmeros os sinais da universalidade do poeta d’A Mensagem. Outros, como o virtuoso Júlio Pereira, o fadista Camané e os rappers Sam the Kid e NBC, cantaram e falaram de poesia e das suas diversas formas de expressão.
Os “Diálogos” de José Fanha e Francisco Mendes, onde o humor e o amor das palavras e melodias se encontraram, num diálogo partilhado alegremente com o público, bem como o Jazz e a poesia declamada por Nicolau Santos, concluíram algumas propostas da fusão entre poesia e música.
Houve igualmente espaço para um tributo ao poeta Ruy Belo, através duma exposição de fotografia intitulada “Coisas de silêncio”, do seu filho, Duarte Belo. E outro a Mário Cesariny, por Alberto Serra e Marco Oliveira, num espectáculo de som, palavra e imagem.
Foi também lançado, por Inês Pedrosa, o livro da grande florbeleana, a ensaísta brasileira Maria Lúcia dal Farra. Uma obra que apresenta cartas inéditas de Florbela Espanca, redigidas entre 1920-1925. Correspondência de Florbela Espanca que é da maior importância para o Fundo de Reservados da Biblioteca Municipal Florbela Espanca e que deu origem a uma exposição.
Em torno da poesia, estiveram nomes como Alberto Pimenta, M. Pires Cabral, João Pedro Mésseder, José Jorge Letria, José Fanha, valter hugo mãe, João Luís Barreto Guimarães, José Mário Silva, José Luís Peixoto, Isabel Pires de Lima, Ana Luísa Amaral, entre muitos outros.
Os mais novos também não foram esquecidos. “A Árvore”, de Sophia Mello Breyner Andresen, foi musicado por Sílvia e Pedro Correia. “Camões, poeta rap” de Gisela Cañamero, procurou transmitir aos mais novos uma interpretação diferente da obra de Luis de Camões. Estes puderam também assistir ao conto “Aquário”, baseado na obra de Pedro Mésseder e conversar com António Torrado, David Machado e José Jorge Letria.
Todos os anos, pelo dia 8 de Dezembro, e sem esquecer a poesia do mundo, celebra-se, na Biblioteca Municipal Florbela Espanca, sobretudo, aquela que é talvez a nossa maior riqueza acumulada durante 9 séculos de História: a Língua Portuguesa. E através desta, celebra-se a sua Poesia e os seus Poetas. Poucas línguas deram tanta poesia ao Mundo como a língua de Camões. Será esse o nosso maior legado como um dia revelou o Prof. Arnaldo Saraiva.
Este ano, e dando continuidade à excelência dos programas de edições anteriores, manteve-se a fasquia elevada. Houve preocupação em conseguir-se um programa actual e dinâmico, capaz de chegar a diversos públicos e de os levar pelos destinos improváveis da poesia de Manuel António Pina, numa homenagem da Câmara Municipal de Matosinhos a um nome maior da Literatura Portuguesa, recentemente galardoado com o importante Prémio Camões.
Conteúdo atualizado em6 de março de 2019às 12:06

