18 Fev '12
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2012-02-18 00:00:00
2012-02-18 00:00:00
Europe/Lisbon
“Ele, Ela ou o que quiserem”
Cineteatro Constantino Nery
Horário:
21h30
Local:
Cineteatro Constantino Nery
Arquivo
“A Noite de Reis ou o que quiserem” é uma comédia de Shakespeare onde “nada do que é, na realidade, é” (Ato III, Cena 1).
Esta é, talvez, uma das primeiras peças da história do Teatro Mundial onde o cross-dressing, obrigatório na era Isabelina, é utilizado para uma reflexão, avant-la-letre, da construção do género. “A rapariga (Viola) disfarça-se de rapaz, mas anteriormente, o rapaz já se havia disfarçado de rapariga... O disfarce é duplo, como se se representasse em dois níveis diferentes: o rapaz disfarça-se de rapariga que se disfarça de rapaz. A ação desenrola-se na Ilíria, onde a ambiguidade é o princípio tanto do amor como da comédia. Todos falam de amor, um amor violento e impaciente. Três seres esgotam todas as formas do amor. Olívia ama Cesário, Cesário ama o Duque, o Duque ama Olívia, mas não podemos esquecer que Cesário é Viola. O triângulo Shakespeariano sofre uma nova transformação: há um homem e duas mulheres, ou antes, um homem, uma rapariga e uma mulher. Para Olívia, Viola é um rapaz efeminado: para o Duque, ela é uma rapariga arrapazada. Para Olívia, o andrógino shakespeariano faz-se de rapaz. Para o Duque, faz-se de rapariga. Pela terceira vez, é uma mutação do mesmo triângulo. Olívia e o Duque estão simultaneamente enamorados de Cesário-Viola, do rapaz-rapariga... A Ilíria é o país do delírio amoroso... Acaba-se a comédia. Que desejam? Um rapaz ou uma rapariga? Os atores despem os figurinos - eis consumada a terceira metamorfose do triângulo amoroso - Restam apenas um homem e dois rapazes. Mas, definitivamente, o que era a aparência nesta comédia de equívocos? Só há uma resposta: o sexo. O amor e o desejo passam do rapaz à rapariga e da rapariga ao rapaz”. (Jan Kott, em Shakespeare, nosso contemporâneo).
Nesta encenação resolveu-se ir mais longe. Os papéis masculinos são quase exclusivamente representados por mulheres. No entanto é um homem quem interpreta a personagem António que tem uma paixão homossexual por Sebastião, neste caso, representado por uma mulher… A Ilíria é, definitivamente, o país do delírio amoroso, ou seja: as metamorfoses do sexo...
Esta é, talvez, uma das primeiras peças da história do Teatro Mundial onde o cross-dressing, obrigatório na era Isabelina, é utilizado para uma reflexão, avant-la-letre, da construção do género. “A rapariga (Viola) disfarça-se de rapaz, mas anteriormente, o rapaz já se havia disfarçado de rapariga... O disfarce é duplo, como se se representasse em dois níveis diferentes: o rapaz disfarça-se de rapariga que se disfarça de rapaz. A ação desenrola-se na Ilíria, onde a ambiguidade é o princípio tanto do amor como da comédia. Todos falam de amor, um amor violento e impaciente. Três seres esgotam todas as formas do amor. Olívia ama Cesário, Cesário ama o Duque, o Duque ama Olívia, mas não podemos esquecer que Cesário é Viola. O triângulo Shakespeariano sofre uma nova transformação: há um homem e duas mulheres, ou antes, um homem, uma rapariga e uma mulher. Para Olívia, Viola é um rapaz efeminado: para o Duque, ela é uma rapariga arrapazada. Para Olívia, o andrógino shakespeariano faz-se de rapaz. Para o Duque, faz-se de rapariga. Pela terceira vez, é uma mutação do mesmo triângulo. Olívia e o Duque estão simultaneamente enamorados de Cesário-Viola, do rapaz-rapariga... A Ilíria é o país do delírio amoroso... Acaba-se a comédia. Que desejam? Um rapaz ou uma rapariga? Os atores despem os figurinos - eis consumada a terceira metamorfose do triângulo amoroso - Restam apenas um homem e dois rapazes. Mas, definitivamente, o que era a aparência nesta comédia de equívocos? Só há uma resposta: o sexo. O amor e o desejo passam do rapaz à rapariga e da rapariga ao rapaz”. (Jan Kott, em Shakespeare, nosso contemporâneo).
Nesta encenação resolveu-se ir mais longe. Os papéis masculinos são quase exclusivamente representados por mulheres. No entanto é um homem quem interpreta a personagem António que tem uma paixão homossexual por Sebastião, neste caso, representado por uma mulher… A Ilíria é, definitivamente, o país do delírio amoroso, ou seja: as metamorfoses do sexo...
Ficha artística
William Shakespeare (autoria)
Fernanda Lapa (adaptação, dramaturgia e direção artística)
Gabriela Segurado (assistência de encenação)
Tiago Pedrosa (música original)
alunos da Universidade de Évora sob a orientação de João Cáceres Alves (desenho de luz)
Ana Tavares, Bárbara Conde, Tomás Porto, Fábio Vaz, Filipa Tomé, Rui Louzeiro, Carolina Curado, Sérgio Neves, Gabriel Vicente, Filipa Marujo, Tiago Pedrosa, Eunice Silva (intérpretes: alunos do Departamento de Teatro da Universidade de Évora)
William Shakespeare (autoria)
Fernanda Lapa (adaptação, dramaturgia e direção artística)
Gabriela Segurado (assistência de encenação)
Tiago Pedrosa (música original)
alunos da Universidade de Évora sob a orientação de João Cáceres Alves (desenho de luz)
Ana Tavares, Bárbara Conde, Tomás Porto, Fábio Vaz, Filipa Tomé, Rui Louzeiro, Carolina Curado, Sérgio Neves, Gabriel Vicente, Filipa Marujo, Tiago Pedrosa, Eunice Silva (intérpretes: alunos do Departamento de Teatro da Universidade de Évora)
Faixa etária: Maiores 12 anos
Conteúdo atualizado em6 de março de 2019às 12:06
