O NOVÍSSIMO TEATRO ARGENTINO
A dramaturgia argentina, graças à sua vitalidade e originalidade, tem conquistado os diferentes públicos de vários festivais europeus. A chave deste sucesso não deve ser procurada em factores exógenos aos próprios espectáculos: o apurado trabalho de actores, ancorado em textos que abordam temas candentes da sociedade contemporânea, é a fórmula que tem cativado o público de Avignon, Edimburgo, Madrid, Paris, Barcelona...
Mas existe uma nova geração de criadores argentinos – muitos deles ainda desconhecidos da cena europeia. Se é verdade que, com a geração anterior, partilham Mestres como Ricardo Bartís, e o seu Sportivo Teatral do característico bairro de Palermo, também é verdade que já olham para esses mesmos artistas como tratando-se de “encenadores consagrados”.
4 de Julho às 21h30
Impalpable
A partir de textos de manuel puig, Encenação sergio calvo e ignacio de santis
Embora integre o conjunto de produções que poderíamos designar por “novíssimo teatro argentino”, Impalpable é a prova de que o novo nem sempre ambiciona a ruptura abrupta com o passado. Por vezes, o novo, o “novíssimo”, prefere assumir a forma de uma releitura destes discursos e proceder à actualização e à multiplicação dos seus sentidos.
Como se lê no jornal La nación, o resultado é excepcional: “Impalpable é uma dessas pérolas do teatro alternativo, uma dessas celebrações da teatralidade e da palavra que nos comovem e modificam. Enfim, uma boa dose de Puig para sabermos que estamos vivos.
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6 de Julho às 16h00
La Verdad
Dramaturgia e Encenação Bernardo Cappa
La verdad nasceu de uma ideia modesta que, subitamente, à semelhança da tenda que um dia se montou na sala de ensaios, se agigantou e ganhou forma: dois escritores, que a amizade une mas que a competitividade separa, decidem ir acampar, juntamente com a mulher de um deles. A noite que passam num descampado à beira da estrada reserva-lhes algumas surpresas: quando dois homens surgem, desequilibrando o triângulo que começava a evidenciar contornos amorosos e dizendo que o seu carro avariou e que uma velha actriz, muito conhecida, precisa de chegar ao local das filmagens, a ficção começa, lentamente, a confundir-se com a realidade.
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11 de Julho às 21h30
Sudado
De Facundo Aquinos, Julián Cabrera, Belén Charpentier, Jorge Eiro, Facundo Livio Mejías e Paul Romero, Encenação Jorge Eiro
Sudado invoca o tema da emigração na sociedade argentina contemporânea.“Suado", em português, alude ao suor do trabalho e ao nome de um típico prato peruano de peixe apropriado, uma vez que a acção ocorre num restaurante peruano, onde iniciam as obras de remodelação o filho do recém-falecido dono de uma empresa de construção – imediatamente após o velório do pai – e dois operários, um peruano e outro argentino.
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13 de Julho às 16h00
Alemania
Dramaturgia e Encenação Nacho Ciatti
Alemania é a história de uma absurda vingança levada a cabo por uma família que já não sabe como ocupar os lugares do amor. É uma história simples, aquela a que os actores dão corpo: mas é simultaneamente profunda, pois oculta uma imagem sincera da realidade argentina.
Os veteranos Iván Moschner e Eugenia Alonso, que sabem explorar a fundo os meandros do texto e da encenação de Ciatti, são fundamentais: “tinha algum medo de trabalhar com eles, mas tudo acabou por acontecer de maneira orgânica. São muito generosos, muito humildes”, afirma o jovem encenador.
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